sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Enfim, é Natal...


Num certo fim de tarde, há muito tempo atrás, um missionário cristão, em seu trabalho de evangelização em uma miserável aldeia nos confins da China, parou a observar o por do sol por entre os campos alagados das plantações de arroz. 



Fazia já algum tempo que ele se acostumara com a simplicidade do povo, a rudeza da vida e as dificuldades que - achava ele - existiam para que ele se fizesse entender em sua missão. As diferenças de idioma, a falta de parâmetros para comparação nos problemas da vida dificultavam seu trabalho. Havia tanto por fazer!

Enquanto pensava, eis que passa por ele uma menina, andando com dificuldade, quase vergada pelo peso do irmão menor que carregava nas costas. "Ele é quase do mesmo tamanho que ela!" - pensou o religioso. "Quanto deve custar-lhe carregar tamanho peso!".

Comovido pela imagem, por simpatia, perguntou para a menina:

- Está pesado?

A menina, com o mais meigo sorriso que ele já havia visto, respondeu:

- Não é pesado não, senhor... Ele é meu irmão!

Nesse momento, fosse pelos últimos raios do sol iluminando as nuvens, fosse pela luz daquele sorriso, o missionário entendeu com a razão o que seu coração sempre soubera - o motivo pelo qual Jesus nasceu entre nós, levou a vida que levou e morreu da forma como morreu.  

Lembrou-se de uma das passagens do Evangelho, na qual Ele mencionara que "seu fardo era leve".  

Qual fora seu fardo? 

Sendo filho de Deus, nascera pobre, em uma manjedoura cedida por piedade; podendo possuir toda a riqueza do mundo, não tinha uma pedra onde reclinar a cabeça... Sendo pura bondade, fora condenado e morrera uma morte infamante, entre dois ladrões! 

"Tudo isso" - pensou o religioso - "era seu fardo - e Ele o julgava leve... Mas não somente por ser filho de Deus, mas por ser - antes de mais nada - nosso irmão! O fardo, os sacrifícios, a morte - tudo ele fez por amor a todos nós".

Esse por do sol, inesquecível para o missionário, marcou para sempre essa pequena história, que já correu o mundo sob inúmeras formas... 

Já virou até música em um filme de ação, onde um soldado carregava um companheiro ferido (He Ain't Heavy, He's My Brother, na linda voz de Bill Medley - trilha sonora do filme Rambo...).

Que a todos nós, irmãos em Deus, neste Natal, Jesus conceda a capacidade de amar com esse tipo de amor: infinito, incondicional, que dá forças para continuar o caminho quando não se agüenta mais, que perdoa sem contar quantas vezes já o fez... 

Só assim vamos fazer deste mundo um lugar melhor.

Feliz Natal!
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